quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ensaios

Ando assim escravo desse esboço
Saturado em colorplos sem cor
Vivendo o velho escorço
Separado em ranhuras
Não sou sem quero ser o mesmo ímpio
Que causara desfalques se for
E a esperar um resquício se quer de amor

Sei que eu não sei e ainda sim prefiro não saber
Que saber o que falar, mas não ter o que dizer!
E embrigada minha alma insiste ainda ser
Do que sobrou de retalhos de um outro qualquer

Mesmo exausto, apático vou levando
Como as ondas na beira do mar
Esperando quase descrente na esperança de limpo voltar
Costumo náo querer pra no fim ainda ter
Coisas que mesmo sem nexo quando juntas se formam num sim

Só agora vi
A madrugada existe eu sei
Também pra quem nao vive e dorme sem querer!
Certas verdades só são fatos por assim dizer
Queira ou nao querida....

Nunca pensei que o resto eu fosse um dia usar
Ao passo que usei
Fingi que fosse acabar
Em outras me perdi e ainda tento escapar
E certo me enganei
Do ocre eu provei!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Entre Calos

Voltei calado então percebi
Que o certo é quase o errado
Tentei fugir e me resguardar por um bem querer
Querendo eu não tive
Perdi o que?
O brilho talvez por viver aqui
Distante de mim perto de você
Descalço entre calos seguindo o passo das horas

Não caberá um sentindo algum
Nem mesmo o céu se abrirá
Mesmo que o vento venha beijar o rosto teu

Não vou tentar nem estar ao teu lado por inteiro
Mais uma vez...
Não querer ser só ser só pra ver
Nem revelar poesia cantada por outros monstros
Mais uma vez... volto a cantar

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Nada a perder

Sempre esteve preso
Quando entendeu que tudo fosse mais
Uma chave perdida para viver em paz
E assim todo mistério o abandonou
Era simplesmente uma verdade oposta de uma explicação

E quis tentar a sorte
E na verdade nada adiantou
Segue sempre ao norte a procura de um outro perdedor
Nesse mundo quase imundo engana-se então
Que sonhos e desejos estão selados numa simples oração

Nada a perder
Se o nada ele já tem
Nunca aprendeu se quer o mal ou o bem
O teu pouco é tanto do nada que muitos tem
Nada a perder

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Espasmos (Parte II)

Vivo em troca um sonho apaixonado
Um sono apertado recolhido assim
Escorregando em grandes passos lentos
Me sujeitando a pó e só nem mesmo vi
Que só agora sei que a madrugada existe
Também pra quem não vive e dorme sem querer
E no embalo dessa valsa triste
A lua vem dizer o que eu ainda não perdi.

domingo, 21 de junho de 2009

Espasmos ( Parte I )



Ando assim escravo desse esboço
Vivendo aquele velho escorço
Nos distanciando secas ranhuras
Nos unindo num só plano
Ludicamente separados

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Quando tudo não mais é do que já foi
E quando esse tudo de nada restou
De uma fria, quase quente lembrança
De um passado eqüidistante de mim
Se existe algum lugar, um espaço
Onde esse nada possa fazer parte desse todo...
E viver sem conflito
E sem nenhuma preocupação, receio de ficar...
...brincando de viver, vivendo por viver
E que você não esteja no nada e nem no todo
Mas que faça parte somente de mim
E assim quem sabe eu possa aprender
Porque se é errando que se aprende
Então não aprendi a errar.

sábado, 4 de abril de 2009

Bossa Nossa

Moça, rasga-me meu corpo
Que hoje estou disposto a te procurar
Rosa, puro sofrimento
Sofrimento ameno
Que eu vejo em teu olhar

Há quem vai levar sem risco
Ser versátil e num abismo
Escondi você para mim
Toda afirmação é certa
Sendo louco ou mísero poeta
Escolhi meus versos pra cantar

Bossa, sei que tu é nossa
Sei que um poema assim te leva a balançar
Dona, desses olhos fardos
Faz o meu sufoco então no teu corpo acabar

Há quem vai levar sem risco
Ser versátil e num abismo
Escondi você para mim
Toda afirmação e certa
Sendo louco ou mísero poeta
Escolhi meus versos pra cantar

Pra você

Tiago Máci e Ronneylson Polary